terça-feira, 24 de agosto de 2010

Consultor dá a receita para projetos bem-sucedidos de BRT


18/8/2010


Foto: Júlio Fernandes - NCI

Wagner Colombini
Planejamento é a palavra-chave para a implantação de um sistema eficiente de BRT (Bus Rapid Transit), na opinião do diretor da Logit Engenharia Consultiva Ltda., Wagner Colombini. O executivo participou, nessa terça-feira (17), do painel Sistema BRT: concepção e custos operacionais, no  Seminário Nacional NTU 2010.

Colombini destacou o momento favorável para a discussão sobre a expansão desse tipo de sistema com os preparativos para a Copa de 2014 e os investimentos necessários no chamado PAC da Mobilidade Urbana. “Temos que aproveitar todo o momento da Copa, a disposição do governo federal, e implantar um programa de corredores nas cidades brasileiras.”  

Para o consultor, vantagens como o custo operacional menor que o do ônibus convencional, maior velocidade média nos deslocamentos (22 km nos sistemas em operação), agilidade e redução da poluição justificam os investimentos nos sistemas BRT. Soma-se a isso a transformação urbanística de áreas degradadas, a diminuição do número de ônibus e a melhoria do trânsito nas grandes cidades.

O custo de implantação também contaria pontos a favor do BRT. Atualmente, cada quilômetro do sistema custa aproximadamente US$ 5 milhões, enquanto o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) custa US$ 25 milhões e o metrô, US$ 100 milhões.

Das 12 cidades-sede da Copa do Mundo, nove optaram por implantar sistemas de corredores de ônibus e as três restantes (Brasília, Natal e Manaus) outros sistemas de transporte.

Como então fazer um bom projeto de BRT? Algumas questões, segundo Colombini, são cruciais em qualquer proposta. A primeira é mapear o funcionamento do sistema atual, identificar a demanda e dimensionar corretamente a frota, por meio de infraestrutura adequada, além de fazer a análise de custos.

É preciso também considerar a quem caberá o controle operacional, agir sobre o espaço urbano para melhorá-lo, criar terminais de integração bem desenhados e incorporar tecnologias como bilhetagem eletrônica e centro de controle operacional.

“Projetos bem elaborados podem resultar em sistemas que vão definitivamente melhorar a qualidade de vida das cidades”, argumenta o diretor da Logit Engenharia. Especialista em BRT, Colombini foi responsável pela instalação do sistema em Johanesburgo e Cidade do Cabo, na África do Sul.


Sueli Montenegro
Redação CNT