quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

China financiará ônibus elétricos no Brasil

08/12/2016 - Agência Estado

Shenzen; China, 08 - O Banco de Fomento da China vai abrir em 2017 uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no Brasil na construção de ônibus elétricos e painéis solares. A linha será aberta para a BYD, chinesa líder do setor e que mantém uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas, no interior de São Paulo.

Em fevereiro, a companhia asiática vai abrir na região uma planta de painéis solares. Com essa linha, a BYD vai oferecer aos empresários de transporte público um contrato de leasing.

Cada ônibus elétrico custa R$ 1 milhão, enquanto um modelo comum (movido a combustível) sai por R$ 400 mil.

Segundo Adalberto Maluf, vice-presidente de vendas da BYD no Brasil, essa diferença será financiada no prazo de dez anos. As parcelas, segundo ele, serão pagas com o dinheiro que será economizado com combustível e manutenção.

De acordo com técnicos da BYD, cada ônibus elétrico tem vida útil de pelo menos 20 anos. Dessa forma, segundo eles, seria possível até reduzir as tarifas depois de pago o empréstimo.

O assunto foi tratado em uma reunião em Shenzhen, cidade onde está a sede da BYD, entre o presidente da empresa, Wang Chuan Fu, e o prefeito reeleito de Campinas, Jonas Donizete (PSB).

Donizete disse no encontro que, diante da iniciativa dos chineses, vai incluir na licitação do transporte público de Campinas em 2017 a exigência da aquisição de uma cota mínima de ônibus elétricos para as companhias que forem operar na cidade.

Atualmente, já circulam em Campinas 11 ônibus elétricos da BYD, que foram comprados pela Itajaí Transporte. Além disso, cinco táxis elétricos operam na cidade do interior paulista.

O ônibus tem autonomia para rodar 300 km por dia usando uma bateria de ferro-lítio, enquanto os carros andam 400 km sem precisar reabastecer.

A BYD também espera, com essa linha de crédito, entrar no mercado da capital paulista, onde há a perspectiva que se aprove, em 2018, um cota semelhante à de Campinas no momento da renovação dos contratos de transporte público.

Além de Campinas, Curitiba e o Distrito Federal já operam com ônibus elétricos.

Considerada o Vale do Silício da China, Shenzhen será em 2017 a primeira cidade do mundo a ter 100% da frota de ônibus e táxis movida a energia elétrica.

Com 20 milhões de habitantes, Shenzhen espera também inaugurar em 2017 um trem monotrilho elétrico.

Executivos da BYD disseram ao Estado esperar que o governo de Michel Temer retome o Programa de Incentivo à Indústria de Nanocondutores (Padis), que foi derrubado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. No dia 20, a BYD estará no 4.° leilão de energia solar. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Salão dos ônibus’ reflete retração no mercado

07/12/2016 - O Tempo

FetransRio deste ano tem menos da metade de produtos expostos em relação à edição de 2014; sistema BRT foi o que mais teve atrações

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LUIZ HUMBERTO PEREIRA
AUTO PRESS

As vendas de automóveis no Brasil não param de cair. Mas, ao contrário do que se poderia esperar, as vendas de ônibus não prosperam. Em relação a 2015, que já não foi um ano bom, a queda nas vendas de chassis de ônibus no país em 2016 é de 32,5%. A expectativa é que, neste ano, seja vendida menos da metade dos 32 mil chassis de ônibus comercializados em 2014. Apesar dos tempos difíceis, fabricantes de chassis e sistemas automotivos, encarroçadores e produtores de equipamentos e serviços se reuniram para apresentar suas novidades na 11ª edição da Fetransrio, maior evento brasileiro dedicado ao transporte coletivo de passageiros, que acontece bianualmente no Rio de Janeiro.

Realizada entre 23 e 25 de novembro, a edição de 2016 da FetransRio acusou o golpe da retração das vendas. No Riocentro, espaço de convenções da zona Oeste carioca, havia menos da metade dos produtos expostos na edição de 2014. Paralelamente à exposição, aconteceu a 17ª edição do Etransport, um congresso de especialistas em mobilidade urbana, que reuniu 11,5 mil visitantes e 51 palestrantes. Um dos principais temas na Etransport foi a expansão, nas grandes cidades brasileiras, dos sistemas BRT, que utilizam ônibus em vias segregadas e pagamento fora dos veículos. Não por acaso, foram justamente os sistemas BRT o foco das maiores novidades expostas na FetransRio.

Pioneira no desenvolvimentos de sistemas BRT na América Latina, a Volvo aproveitou para expor pela primeira vez o maior chassis de ônibus do mundo. Com 28 m ou 30 m de comprimento, o biarticulado Gran Artic 300 tem capacidade para até 300 passageiros e foi desenvolvido para sistemas de transporte com alta demanda e corredores segregados. “Temos orgulho de dizer que o maior ônibus do mundo é Volvo e que foi desenvolvido no Brasil”, comemorou Idam Stival, coordenador de engenharia de vendas de ônibus da Volvo Bus Latin America. A marca sueca apresentou também sua proposta para o Civi – City Vehicle Interconnected –, uma versão com tecnologia híbrida e com mais conectividade que os atuais BRTs.

Líder de vendas, Mercedes exibe chassi superarticulado

Também de olho nos BRTs, a Mercedes-Benz não deixou por menos e veio com um estande cheio de novidades. Apresentou no evento o chassi O 500 MDA HD (Heavy Duty), o maior superarticulado do mundo para BRTs, com 23 m e capacidade para mais de 220 passageiros. Além de outros chassis, a marca alemã exibiu inovações tecnológicas para o setor de transporte coletivo. Entre elas o sistema automatizado de frenagem de emergência AEBS, o sistema de controle de mudança de faixa LDWS e o sistema de monitoramento e temperatura de pneus TPMS. A Mercedes está no topo do mercado brasileiro de ônibus urbanos, com 72,8% de participação. Entre os rodoviários, também lidera, mas com 50,5%.

Já a Volkswagen/MAN estava mais comedida que nas edições anteriores da FetransRio. Em seu estande, valorizou produtos já conhecidos no mercado brasileiro de transporte urbano, como os chassis de motorização dianteira 18.880 OTS LE e 17.830 ODS.

BYD tem alternativa elétrica

O mercado brasileiro de mobilidade urbana ainda continua a atrair empresas de todo o mundo. É o caso da chinesa BYD, que aproveitou o evento carioca para apresentar suas alternativas “ecologicamente corretas”. Exibiu seus chassis elétricos plug-in, como o D8W 20.410, com baterias que são recarregadas durante a noite para serem usadas durante o dia.

No estande dos chineses, o destaque era o ônibus K10-A. Com 15 metros, o modelo já opera em diversas cidades do mundo e utiliza uma bateria de fosfato de ferro, que, segundo a BYD, tem a maior vida útil do mercado e é totalmente reciclável. O K10-A pode rodar cerca de 265 km, sem ar-condicionado, com apenas uma recarga.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Cartão Mastercard começa a ser aceito em trens e ônibus brasileiros

13/10/2016 - Tecnoblog

Por Emerson Alecrim

Já aconteceu, mais de uma vez, de eu entrar em um ônibus da capital paulista e passar o cartão de crédito no validador em vez do Bilhete Único. Em breve, isso não será mais sinônimo de pagar mico: a Mastercard lançou, nesta semana, um programa piloto para testar o uso de cartão de crédito ou débito no transporte público do Brasil.

O procedimento é semelhante ao que eu descrevi: você entra no terminal de embarque ou no ônibus, aproxima o cartão do validador que tem o símbolo da Mastercard e faz o pagamento da tarifa no mesmo instante, sem digitação de senha.

Por conta desse modo de funcionamento, o sistema só aceitará cartões que têm contactless payment, isto é, tecnologia de pagamento por aproximação (NFC, para ser exato). Estes podem ser identificados com um pequeno símbolo de transmissão.

Esse tipo de cartão ainda é pouco conhecido no Brasil, mas a Mastercard vem fechando parcerias com bancos como a Caixa Econômica Federal e operadoras de cartões como a Acesso (especializada em cartões pré-pagos) para ampliar o número de unidades com tecnologia contactless no país.

Mastercard Contactless

Segundo a Mastercard, também será possível fazer o pagamento da tarifa via celular, mas, inicialmente, essa opção estará disponível apenas para quem tem conta no Samsung Pay.

Na primeira fase de testes, que começa já neste mês, o pagamento via cartão será aceito em São Paulo, na linha de ônibus Diadema — Brooklin, operada pela Metra. O Rio de Janeiro também foi incluído no programa com a linha de trem Deodoro — Central do Brasil, da SuperVia. Em novembro, a tecnologia começará a ser testada em Curitiba a partir dos ônibus associados ao sistema Metrocard.

A Mastercard tem planos ousados para a tecnologia. A expectativa da empresa é levar o pagamento via cartão de crédito ou débito aos sistemas de transporte das principais cidades do país — incluindo o metrô de São Paulo e o metrô do Rio de Janeiro — até o final de 2017.

Vários aspectos precisam ser avaliados e ajustados, como o tempo gasto entre cobrança e liberação da passagem (um único segundo a mais que a média é suficiente para causar atrasos, só para você ter ideia), a leitura correta do cartão e, claro, a segurança da tecnologia — para evitar problemas, o sistema só validará transações de até R$ 50.

Mas experiência no assunto a Mastercard tem e isso, certamente, fará diferença. A tecnologia de contactless payment da companhia já está em uso, por exemplo, em serviços de transporte público de Madrid, Londres e Singapura.

No Brasil, é fácil compreender o interesse da Mastercard: a companhia estima que os principais sistemas de transporte público do país movimentem, juntos, cerca de R$ 80 bilhões por ano, com 30% desse total sendo pago com dinheiro em espécie. A empresa já realiza experimentos por aqui. Em Jundiaí, interior de São Paulo, um sistema semelhante está em operação desde março, com a diferença de que ali é necessário digitar senha.

Se a ideia vingar, haverá pelo menos duas vantagens: redução do dinheiro “vivo” que circula nos sistemas de transportes, diminuindo o risco de assaltos; e comodidade ao usuário, que não precisará comprar bilhetes ou fazer recargas — em São Paulo, por exemplo, o Bilhete Único funciona bem, tanto nos ônibus quanto no transporte sobre trilhos, mas o número insuficiente de pontos de recarga faz filas grandes serem comuns nesses locais.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Empresa inicia estudos para implantação do Transporte BRT no Amapá

09/10/2016  - Diário do Amapá

Uma empresa especializada vai iniciar estudos de viabilidade para implantação do sistema de transporte Bus Rapid Transit (BRT), em Macapá. A ideia é reduzir o tempo de viagem dentro da região metropolitana da capital. O assunto foi discutido nesta sexta-feira, 7, no Palácio do Setentrião.

O sistema é estudado pelo Governo do Amapá por ser uma solução de transporte público que apresenta melhorias na mobilidade urbana, devido a agilidade no trânsito que reduz o tempo de viagem entre essas regiões. “O BRT é um dos itens do Plano de Mobilidade Urbana que estamos construindo para melhorar a trafegabilidade na região metropolitana”, informou o governador Waldez Góes.

O BRT é uma alternativa de transporte coletivo de massa, que utiliza uma faixa exclusiva para deslocação com terminais e estações – paradas específicas, por isso o tempo de viagem é reduzido. “É um modelo adotado em outra cidades e que apresentam bons resultados, iniciamos a conversa e vamos aprofundar os estudos sobre a viabilidade do sistema”, explicou o secretário de Estado das Cidades, Alcir Matos.

O sistema tem como público-alvo a população que precisa deslocar-se da zona sul para a norte de Macapá, e dentro da Região Metropolitana de Macapá, que inclui a capital e os municípios de Santana e Mazagão, beneficiando principalmente o trabalhador, que necessita de um transporte coletivo rápido para o deslocamento até o trabalho.

O estudo para adesão do sistema identificará qual modelo de BRT é mais adequado para Macapá, as empresas interessadas na concessão e a demanda de passageiros. Posteriormente será feito um Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental para identificar onde as vias exclusivas poderão ser implantadas.

BRT

O Bus Rapid Transit (BRT) é um sistema de ônibus rápido, com serviço semelhante ao do metrô. Utiliza veículos maiores, articulados e com capacidade para até 270 pessoas. Foi implantado em Curitiba e posteriormente expandiu para mais de 200 cidades em diversos países. Além da agilidade e desafogamento do trânsito, o BRT apresenta redução nas emissões de C02 e bons resultados na melhoria da mobilidade urbana das cidades onde foi implantado

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Tarifa zero é realidade em 12 cidades brasileiras

19/01/2016 - Rede Brasil Atual

Nestas primeiras semanas de 2016, algumas cidades brasileiras têm sido palco de protestos contra o aumento das tarifas de ônibus trens e Metrô.

Em São Paulo, Subsídio as empresas de ônibus deve chegar aos R$ 2,3 bilhões em 2016
Tarifa zero é realidade em 12 cidades brasileiras

Nestas primeiras semanas de 2016, algumas cidades brasileiras têm sido palco de protestos contra o aumento das tarifas de ônibus trens e Metrô, e em defesa do transporte público gratuito. Em São Paulo, após as manifestações marcadas por intensa repressão policial na semana passada, o Movimento Passe Livre convoca mais uma mobilização amanhã (19), no cruzamento das avenida Faria Lima Rebouças Rebouças, na zona sul da capital.

Em meio aos protestos, a pergunta que fica é se realmente é possível uma cidade oferecer transporte de graça para toda a população ou trata-se de uma utopia, afinal o dinheiro tem que sair de algum lugar para manter a estrutura e os serviços.

Em todo o mundo, são 86 cidades, em 24 países, que não cobram tarifa para que a população acesse o transporte público. No Brasil, 12 cidades também já adotam o modelo. Maricá, no litoral do Rio é uma delas. Desde dezembro de 2013 os habitantes podem andar de ônibus gratuitamente na rede municipal.

"É uma cidade de 150 mil habitantes e tem transporte gratuito para a população. O governo aloca recursos no orçamento para viabilizar o transporte público de graça para toda a população", assinala Grajew sobre a experiência maricaense.

Outra cidade que também caminha no mesmo sentido é Agudos, no interior de São Paulo. Os 40 mil habitantes, desde 2003, não pagam tarifa para acessar o transporte coletivo. Os ônibus são operados pela prefeitura e os motoristas são funcionários concursados.

Para que o transporte coletivo pudesse ser gratuito, cada uma das cidades recorreu a uma solução diferente, aponta o coordenador da Rede Nossa São Paulo. O mais comum e viável, segundo ele, é elevar o imposto territorial que atinja as pessoas de maior renda. "Outras cidades cobram uma taxa de todos os habitantes. Nos EUA, por exemplo, é por volta de 5 dólares por ano para cada habitante", comenta Grajew. "É uma decisão política que envolve uma decisão econômica, sobre o que vai se priorizar no orçamento e de onde que se vai buscar recursos para viabilizar o serviço para a população."

Gratuidade em SP

Na capital paulista, 2,2 milhões de pessoas, dentre aposentados, pessoas com mais de 60 anos, deficientes, estudantes de baixa renda e trabalhadores desempregados já contam com a isenção da tarifa – juntos, eles representam 22% dos passageiros.

O coordenador da Rede Nossa São Paulo afirma que os primeiros passos a serem dados é tratar o tema com transparência e discutir alternativas com a sociedade. "O que pode se fazer, de imediato, é abrir a discussão. Abrir as contas para a população, olhar todos os números, o quanto que a prefeitura gasta em cada coisa, quanto é o lucro das empresas, os impostos que são cobrados, e envolver a sociedade na discussão."

Sobre os impactos de uma eventual tarifa zero na cidade, Oded Grajew afirma que vão muito além da simples isenção da tarifa. "Melhora a qualidade de vida. As pessoas podem ter acesso à cultura, ao lazer, porque podem se deslocar. Melhora a saúde da população, porque há menos poluição causada pelo transporte individual."

Ele cita ainda que as cidades que acabaram com a cobrança de tarifa conseguem atrair empresas, que se livram assim de arcar com os custos do vale-transporte, e lembra que, por tudo isso, a questão dos transportes é também uma questão de direitos.